Quem tapa minha boca,
não perde por esperar.
O silêncio de agora
amanhã é a voz rouca
de tanto gritar.
Quem tapa meus olhos
nada esconde de mim.
Sei seu nome e seu rosto,
o lugar em que estou...
sua noite sem fim.
Quem tapa meus ouvidos,
me faz escutar mais.
Igualei-me as muralhas
e o silêncio mais fundo
guarda o rumor do mundo.
Quem quer me ver sem memória,
erra redondamente.
Lembro-me de tudo
e cego, surdo e mudo
até o esquecimento.
E quem me quer defunto
confundi verão e inverno.
Morto, sou insepulto.
Homem sou sempre vivo.
Povo sou eterno.
não perde por esperar.
O silêncio de agora
amanhã é a voz rouca
de tanto gritar.
Quem tapa meus olhos
nada esconde de mim.
Sei seu nome e seu rosto,
o lugar em que estou...
sua noite sem fim.
Quem tapa meus ouvidos,
me faz escutar mais.
Igualei-me as muralhas
e o silêncio mais fundo
guarda o rumor do mundo.
Quem quer me ver sem memória,
erra redondamente.
Lembro-me de tudo
e cego, surdo e mudo
até o esquecimento.
E quem me quer defunto
confundi verão e inverno.
Morto, sou insepulto.
Homem sou sempre vivo.
Povo sou eterno.
Lêdo Ivo
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