“Eu deixei de me amar, pra todo meu amor ser
só seu. Eu voltei atrás. Eu chorei, eu pedi desculpas, eu aguentei
besteiras. Aguentei tudo. Juntando do chão, migalhas do seu carinho,
migalhas do seu amor. Do seu jeito explosivo e calmo. Um dia me amando
como se a terra fosse acabar depois da meia noite. No outro dia um
desconhecido me pedindo pra tratá-lo como qualquer um, por favor. Você é
meu personagem favorito. O dono de
todos os meus textos, de todas as minhas histórias. O dono da curvinha
das minhas costas. E eu tenho que dizer isso agora, só pra uma foto numa
rede social. Porque você morreu na minha vida. Você pediu demissão, seu
cargo era o de presidente, era membro honorário do conselho, tinha
tapete vermelho e eu me vestiria até de secretária se te agradasse. E
você pediu demissão, sem aviso prévio nem nada. Me diz agora? Como viver
bem? Como sobreviver, sem essa ponta de angustia? Eu sou feliz, cara.
Eu sou feliz demais. Mas eu sou infeliz demais, quando penso em você.
Quando penso no que poderia ser, no que poderia ter sido. Eu sei que não
dá. Eu nem quero que dê. Não quero mais. Mas não sei o que fazer com
esse nó. Vai passar né? Eu sei. Com o tempo eu não vou mais olhar sua
foto, nem sofrer, nem pensar o quanto é infeliz tudo o que aconteceu.
Tomara que passe logo. Porque a vontade de te ressuscitar as vezes, me
domina.”
— Tati Bernardi.
— Tati Bernardi.
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