20 de setembro de 2013

Não se pode substituir ninguém, porque todo mundo é uma soma de pequenos e belos detalhes.


Ela estava com uma camisa florida, com o cabelo bagunçado, e com uma saia linda. Aquela saia ficava linda nela, e eu sempre dizia o quanto. Nós éramos uma coisa só. Éramos duas peças de quebra-cabeça que se encaixavam facilmente. Se encaixavam facilmente até então… Todos os sábados à noite nós íamos a um restaurante ali perto da minha casa. Bebíamos um vinho e ela comia a salada dela. Era bonito e encantador vê-la sentada. Tão meiga, tão cuidadosa, tão sensível, tão… tão ela. Era ela, e eu sempre soube que era ela que me faria feliz. Ela sabia de cor os meus filmes preferidos, sabia que preferia Vodka a cerveja, sabia que não gostava tanto do azul e que preferia o verde. Ela sabia o número do meu calçado. Um dia ela me trouxe uma pantufa, não querendo desmerecer, mas aquilo não era a minha cara. Ela me fez usar aquela pantufa durante os dias gélidos, e eu agradeço à ela, principalmente, pois eu sei que aquela pantufa me ajudou a não pegar uma gripe tremenda. Ela sabia minha comida preferida e preparava-a da forma mais perfeita possível, era de se comer ajoelhado. Ela não gostava muito de se maquiar e coisas assim, dizia ser artificial demais. Quando saíamos, sempre estranhava, pois ela sempre se produziu mais por mim. Ela sabia onde eu gostava de frequentar e sabia que eu prefiro perfumes meio amadeirados. Não muito forte. Amadeirados mas com algo doce e sutil. Ela sabia pra qual time eu torcia e sempre comprava minha Vodka quando a outra acabava. Ela sabia quais músicas me agradavam mais e as que menos agradavam… Ela sempre colocava Beatles no toca-discos que tínhamos. Ah, como era bom vê-la ao som de Beatles. Parece que o brilho dela aumentava cada vez mais. e de fato, aumentava. Ela sabia que eu era mais caseiro, mas sempre conseguia me puxar pro shopping. Ela sabia que sempre adorei carne, sempre adorei um churrasco, e ela sempre deixava eu fazer os meus churrascos ali em casa… Sem esse estresse de mulher. Mas admito que no dia seguinte ela ficava furiosa por ter que limpar tudo sozinha. Ela sabia que eu era preguiçoso, mas nunca deixou de fazer os meus desejos. Era ela, e sempre será ela que me completará. Ela sempre soube os meus gostos, minhas manias, meus jeitos, meus toques, a forma como gesticulo e sabia de todos os meus problemas. Ela era. Ela sempre me ajudava com os problemas, e por pior que fossem, ela estava ali, me ajudando da forma mais angelical possível. Ela quebrava barreiras e sempre levantava muros de proteção se fosse possível e necessário. Ela era, e sempre será. Era ela que me acordava de cedinho, pois eu sempre me atrasava pro trabalho… Se não fosse ela, acho que já estaria sem emprego. Era ela que dava o nó na minha gravata, era ela que engraxava os meus sapatos. Ela era tudo. Tudo. Absolutamente tudo. E ainda é. Ela era que tinha a voz mais linda do mundo, e nossa… como eu amava escutá-la. O choro dela, por mais que doesse em mim também, era lindo. Ela ficava linda chorando. Mais linda ainda. Ela tinha alguns defeitinhos, mas eram imperceptíveis. Mentira. Ela era perfeita. Eu cá tinha e ainda tenho meus defeitos, mas ela sempre soube administrar; sempre soube lidar com cada defeito meu, sempre. Ela sempre soube de todos os meus defeitos e nunca reclamou de um sequer. Ela me aceitou, como ninguém. Ela estava com uma camisa florida, com o cabelo bagunçado, com uma saia linda e com uma sapatilha linda. Vermelhinha. Meiga como ela. Ela era tudo, e sempre será. Se não for ela, não será mais ninguém.
Alugue Felicidade - Ela era tudo. Mas da última vez que a vi, vi só as costas. Ela estava com uma camisa florida, com o cabelo bagunçado, com uma saia linda e com uma sapatilha linda, vermelhinha. Meiga como ela. 


Eu te amo de um jeito errado, 
meio torto, 
pelo avesso, 
ao contrário, 
desengonçado…
Mas quem foi que disse que amar tem jeito certo?


De se apaixonar ninguém tem medo. A gente tem medo é do que acontece depois que se apaixona.
Pedro Pinheiro.  

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